Maiores de 50 são faixa etária que mais compram na internet

Pela primeira vez em 21 anos, publico 50+ faz mais pedidos do que quem entre 35 e 49 anos

Por: Daniele Madureira

Edição: Alice Vidigal e Taina Freitas

SÃO PAULO A lista de compras de Marlene Porto, 62, se manteve cheia nos últimos meses. Com uma casa recém-construída em Torres (RS), a aposentada aproveitou boa parte das suas economias para equipar o novo lar. Comprou desde tintas e maçanetas até eletroportáteis e eletrodomésticos, boa parte dessas compras foram feitas online.

 “Eu acho muito mais confortável comprar tudo do meu celular. Mesmo porque, em boa parte dos casos, a loja física não tem o produto, precisa encomendar no site da empresa. E se você pergunta detalhes para o vendedor, ele também não sabe, vai consultar o manual pela internet. Tudo isso eu posso fazer de casa”, diz Marlene.

Segundo dados exclusivos da pesquisa Webshoppers, da consultoria NielsenIQ/Ebit em parceria com a Bexs Pay, para a Folha, a faixa daqueles com mais de 50 anos foi a única que cresceu entre os consumidores do comercio eletrônico no ano passado, tendo um aumento de 31%.

Pessoas acima de 50 anos ou mais responderam por 33.9% dos pedidos online em 2021, sendo a primeira vez que essa faixa ultrapassou a de usuários entre 35 a 49 anos (33,2%), se tornando o maior público que compra pela internet, segundo a pesquisa da NielsenIQj/Ebit, que é realizada desde 2001.

De acordo com Marcelo Osanai, diretor de ecomerce  da NielsenIQ|Ebit, entre os motivos que justificam a maior presença do publico 50+ está o cenário pandêmico, devido ao novo coronavírus e a necessidade de estar em lockdown, levando ao crescimento das compras online em conjunto de uma maior confiabilidade no comércio eletrônico.

“Este consumidor está cada vez mais aberto a usar a tecnologia, e os sites também estão mais intuitivos, o que facilita a navegação”, afirma Marcelo.

As categorias em que esses consumidores mais se destacam são construção e ferramentas (51% das compras do segmento foram feitas por quem tem mais de 50 anos), saúde (43%) e eletrodomésticos (42%).

O comércio eletrônico como um todo movimentou R$ 182,7 bilhões no ano passado, um crescimento de 27% sobre os R$ 143,6 bilhões de 2020, segundo a pesquisa. Sendo o Mercado Livre, a maior varejista da web brasileira.

Apesar de expressiva, a alta de 27% nas vendas online no ano passado representa uma desaceleração em relação ao ano anterior (2020), quando o crescimento havia sido de 41% em comparação a 2019. Segundo Osanai, essa desaceleração é explicada devido a reabertura das lojas físicas e uma redução do poder de compra da população – essa diminuição de poder aquisitivo também é limitada pela inflação.

“Para 2022, esperamos um crescimento entre 10% e 20% do comércio eletrônico”, diz o diretor de ecomerce da NielsenIQ|Ebit.

(Fonte: Folha de São Paulo)

Em 2021, 12,9 milhões de brasileiros compraram pela primeira vez na internet, elevando o total de consumidores online no país para 87,7 milhões. O meio mais usado para as compras na internet foram celulares, que responderam por 59% dos pedidos e por 52% do faturamento (R$ 95.4 bilhões), uma alta de 32% sobre 2020.

A busca do consumidor pelos descontos na internet passa pelo frete grátis. Segundo a pesquisa da NielsenIQ/Ebit, o número de pedidos sem custo de envio aumentou em 10 pontos percentuais em 2021, chegando a 47% do total. Nos 400 milhões de pedidos em 2021, o tíquete-médio geral das vendas ficou em R$ 441, alta de 4% sobre 2020, sem descontar a inflação.

A categoria de alimentos e bebidas foi a que mais se destacou em número de pedidos: alta de 107% sobre o ano anterior. “Produtos alimentícios e bebidas têm um valor menor, e por isso a contribuição geral para o faturamento do ecommerce é reduzida, só 2%”, diz Osanai.

Por outro lado, as categorias que mais pesam no faturamento de R$ 182,7 bilhões do ano passado são eletrodomésticos (21%), telefonia (20%), casa e decoração (11%) e informática (10%).

Em relação as compras classificas em gênero, homens responderam por 53.5% do valor das compras, sendo 35% maior que a média de gasto das mulheres: R$ 555 contra R$ 359.

“As mulheres geram mais pedidos, mas com produtos de menor valor, em contrapartida, os homens adquirem mais eletrônicos e informática, de maior valor agregado”, explica Marcelo.


Texto original:

https://drive.google.com/drive/folders/1gncWBf68mO-aIafV3glsmkrq_7n7ZVLg?usp=sharing

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