Macaco aurita, o mascote esquecido de Viçosa

Órgãos públicos ainda não apresentam ações para a preservação do Sagui-da-Serra-Escuro

Por: Antonia Pires, Brenda Araújo, Caio Freitas, Guilherme Soares e Matheus Motta 

Edição: Lorena Gonçalves e Amanda Dutra

Reprodução: internet

Na Universidade Federal de Viçosa, as capivaras que ficam perto da lagoa chamam a atenção de quem passa por elas. Elas viraram o mascote da universidade, tanto que marcam presença em camisas, logotipos e até nas redes sociais de muitos calouros que chegam a cidade.  No entanto, em meio ao destaque do roedor, poucos têm o conhecimento de que um pequeno primata, o macaco aurita (Callithrix Aurita),  ou sagui-da-serra- escuro que ostenta o título de mascote oficial de Viçosa. 

A  redescoberta da espécie no município aconteceu em 2017, quando o estudante de biologia Orlando Vital fez um trabalho de conclusão de curso sobre o tema.  Desde então, a existência do macaco aurita tem sido o centro das atenções. Após o trabalho de Orlando, o primata  recebeu o título de mascote oficial da cidade de Viçosa. Foi instaurado no município em 2020, o Dia Municipal do Sagui-da-Serra-escuro,que passou a ser celebrado no dia 17 de junho. 

Conhecido também como sagui caveirinha, o aurita é uma espécie endêmica da Mata Atlântica brasileira. Segundo o biólogo Fabiano de Melo, professor do departamento de Engenharia Florestal da UFV, ”sua face é totalmente alva, com uma barbicha branca, que remete, de maneira intrigante, a uma pequena caveirinha”, explica.

Lei de proteção sobre a espécie

A preservação do Sagui-da-Serra-Escuro, conhecido como macaco-aurita e mascote oficial de Viçosa, ainda não recebeu atenção prática por parte do poder público municipal. A equipe de reportagem entrou em contato com a Diretoria de Meio Ambiente da Prefeitura em busca de informações sobre aplicar a lei de proteção da espécie, mas não obtivemos retorno. Já a Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio Histórico e Esporte informou que nenhuma ação relacionada ao animal foi realizada até o momento.

Enquanto isso, o Centro de Conservação dos Saguis-da-Serra (CCSS) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), tem dado a iniciativa voltada à proteção e à preservação. Uma das iniciativas é a Semana do Aurita, que é realizada anualmente com palestras, exposições e atividades educativas para sensibilizar a comunidade acadêmica e a população local.

De acordo com a médica-veterinária Ana Yasha, tratadora-chefe do CCSS, a importância do macaco-aurita vai além de sua simbologia: 

“Essa espécie possui característica única e desempenha um papel crucial no equilíbrio dos ecossistemas. Proteger o macaco-aurita é essencial para preservar a biodiversidade e garantir a sustentabilidade ambiental”

O trabalho do CCSS adota uma abordagem integrada. Além do manejo em cativeiro, o centro promove pesquisa, extensão, educação ambiental e ações junto à comunidade. O objetivo é frear os riscos que ameaçam a sobrevivência da espécie e seu habitat.   

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