Veja como a atividade ainda faz parte do dia a dia de várias mulheres
Por: Giancarlo Borges e Lívia Rodrigues
O artesanato tem sido desvalorizado desde o período da Revolução Industrial, pois a invenção e popularização das máquinas fez com que o trabalho humano fosse substituído pela alternativa mais barata e popular da época, ao ponto de hoje em dia existir a expressão “se tudo der errado eu largo tudo e vou vender arte na praia”.
Mesmo com esse contexto, diversas partes do mundo valorizam muito o artesanato por conta de sua importância cultural e econômica, sendo capaz de mudar vidas em várias ocasiões.

A oportunidade de uma nova vida
Natural da Paraíba, Josilma Nunes enfrentou um casamento abusivo, em que era impedida de trabalhar e sofria violência doméstica. Sua liberdade começou a se costurar com agulhas, miçangas e chinelos bordados à mão.
“Comecei fazendo para minha tia e depois para minha sogra. Postei no Facebook e as encomendas chegaram. Em 2018 e 2019, vendi até 100 pares de chinelo por dia” relata Josilma
Segundo o SEBRAE, o artesanato representa cerca de 3% do PIB brasileiro, movimentando aproximadamente R$ 100 bilhões por ano. No entanto, ainda existem poucas políticas públicas para apoiar as artesãs individuais.
Amanda Lopes é mais uma daquelas que não tem o devido apoio do Estado. A viçosense encontrou no crochê uma alternativa viável após perder o emprego em um estúdio de tatuagem durante a pandemia. O hobby virou profissão, e com ele veio também mais liberdade.

As movimentações do poder público
Apesar da importância econômica e cultural do artesanato, o apoio do poder público é escasso. Em Viçosa (MG), por exemplo, feiras artesanais promovidas pela prefeitura são uma das poucas iniciativas de incentivo, mas não há plano de ação permanente.
Ainda que seja limitada, a possibilidade da assistência pública pode fazer com que as artesãs tenham a oportunidade de serem reconhecidas e mais valorizadas por seus trabalhos.
“O orçamento municipal limita os projetos públicos. Há conversas na Câmara para atender à principal demanda das artesãs: um espaço fixo para vendas”, comenta Jamille Gomes (PT), vereadora de Viçosa.
Quer apoiar artesãs locais?
- Compre diretamente de mulheres artesãs em sua cidade.
- Participe de feiras regionais.
- Compartilhe o trabalho delas nas redes sociais.
- Pressione o poder público por incentivos ao artesanato local.
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