Edição por: Maria Júlia Forza e Sofia Fernandes
O Observatório de Pesquisa e Estudos em Vacinação (Opesv), da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), firmou parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) para uma pesquisa-intervenção que visa implementar e avaliar estratégias intervencionais para o aumento das coberturas vacinais nos diferentes ciclos de vida em Minas Gerais. O projeto é coordenado pela professora Fernanda Penido Matozinhos, do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública, e pelo subsecretário de Vigilância em Saúde da SES/MG, Eduardo Campos Prosdocimi.
Vacina. Autor: Freepik
Iniciativa
A iniciativa será efetivada por meio de oficinas com gestores da Atenção Primária à Saúde (APS), vigilância epidemiológica, controle social, sociedade civil, comunidade escolar e comunidade acadêmica dos 853 municípios mineiros. A oficina-piloto está prevista para a Gerência Regional de Saúde do município de Pedra Azul, na região do vale do Rio Jequitinhonha.
A proposta do projeto considera a relevância da integração ensino-serviço como espaço para a reflexão sobre a realidade da produção de cuidados, além da necessidade de transformação de práticas, enfatiza Fernanda. “Esperamos que a implementação e o monitoramento das ações possibilitem sua incorporação à rotina dos serviços dos municípios de forma sustentável”.
Fernanda Matozinhos explicando sobre a importância da vacinação. Fonte: Rede Minas
Redução da cobertura vacinal
O Programa Nacional de Imunização (PNI), criado em 1973, disponibiliza gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) uma rotina de imunização que contempla todas as fases da vida. Considerado um dos maiores programas de vacinação do mundo, o PNI é reconhecido por ações coletivas e individuais que asseguraram elevadas coberturas vacinais para quase todos os imunobiológicos durante décadas, e é o responsável pela redução nas taxas de incidência e óbitos por doenças imunopreveníveis, como o sarampo – o Brasil foi certificado como país livre da doença em 2024. No entanto, diversos fatores, como a precarização da atenção básica à saúde e a desinformação, contribuem para a redução das taxas de cobertura vacinal da população brasileira.
Estudo realizado pelo Opesv, entre os anos de 2015 e 2020, revelou menor cobertura vacinal em 2020 para crianças menores de um ano. A pesquisa abrangeu as 28 Gerências Regionais de Saúde (GRS) e Superintendências Regionais de Saúde (SRS) de Minas Gerais. “Em relação à classificação de risco para a transmissão de doenças preveníveis por ações de imunização, 80,9% dos 853 municípios mineiros estavam classificados como de alto risco, sendo que os de grande porte apresentaram maior porcentagem de baixa homogeneidade de vacinas (HCV), o que classifica 100% desses municípios como de alto ou muito alto risco para transmissão de doenças preveníveis por vacinas”, explica Fernanda Matozinhos.
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Texto original: https://edicaodobrasil.com.br/wp-content/uploads/2025/08/JEB_2184.pdf